O presidente Jair Bolsonaro ficou chateado com o desempenho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no programa Roda Vida, na última segunda-feira (20). Segundo revelou o jornal Folha de S. Paulo, o mandatário não gostou da conduta do ministro durante a entrevista e aliados de Bolsonaro viram no discurso de Moro, a postura de um candidato a presidente.
O ministro não foi sequer convidado para a reunião com os secretários estaduais de segurança pública, onde foi anunciado que a criação de um novo ministério seria estudada pelo Governo. O presidente, segundo a reportagem da Folha, teria informado que o tema seria tratado pouco antes da reunião e foi feita uma votação sobre o assunto, que contou com 11 votos a favor e 9 contrários a recriação do ministério.
Bolsonaro afirmou que, caso haja uma reformulação ministerial, Moro ficaria na Justiça.
Nesta quinta-feira (23), Jair Bolsonaro afirmou que a medida desagrada Sergio Moro, mas que a decisão será tomada ainda assim. Segundo reportagem do Jornal Nacional, ministro tem declarado a interlocutores que caso seja confirmado o desmembramento da pasta, ele sairá do Governo. Procurada, a assessoria do ministro não quis comentar o caso.
A ideia de separar o superministério da Justiça e da Segurança Pública em dois e manter Sergio Moro como ministro da Justiça pode minguar a verba à disposição do ex-juiz. Caso o presidente Jair Bolsonaro deseje retomar o arranjo ministerial anterior, Moro perderia quase 80% do seu orçamento.
Em novo golpe nesta quinta, Bolsonaro tirou de Moro o poder de decidir sobre extradição de estrangeiros. A decisão ficava à cargo do chefe da Justiça desde a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas com a revogação do decreto, agora caberá ao próprio presidente decidir sobre os casos.